Stop-over forçado em Miami. Chatices e dicas!

Isto sim, foi uma verdadeira aventura!
Esta paragem estratégica de quase 24 horas em Miami não estava nos planos. Quer dizer, se o guião se cumprisse sem falhas, não iria acontecer. Mas o guião era tão pouco viável que perder o voo de ligação em Miami era algo que já tinha pensado várias vezes que ia acontecer, ahahah. Os deuses uniram-se para me ajudar.
Mas como não há bela sem senão, a provação para poder molhar os pés nas águas quentes de South Beach não foi pequena.
Tudo começou com o facto de já termos saído atrasados de Madrid, não muito tempo, mas o suficiente para atrasar meia hora a chegada a Miami, o que fez passar o nosso tempo para apanhar o voo para Santiago de 2h para hora e meia. Para ajudar à festa fomos informados à chegada que afinal as nossas malinhas não seguiam felizes da vida até Santiago e que era necessário ir levantá-las e despachar de novo. What? É desta que vai tudo ao charco.
Mas não, o problema mesmo foi passar a imigração, eram quilómetros de fila, várias filas, procedimentos manuais, procedimentos automáticos, acho que fomos controlados umas três vezes antes de finalmente entrar nos Estados Unidos. A mala foi o menos importante, porque quando chegamos até ela (que estava largada no meio da sala de recolha de bagagem, há muito que os tapetes tinham malas de outros voos a circular) já o nosso avião seguinte estava a descolar!
Pelo que vim a perceber mais tarde, aquele aeroporto é sempre um caos, e informaram-me também que esta recolha de malas inesperada acontece sempre para os voos da Iberia e da British Airways que chegam lá, por isso se quiserem evitar surpresas destas aconselho a fazerem escalas de no mínimo umas 3h, para garantir que tudo vai correr mais ou menos bem.
Pois muito bem, que bonito, estamos na América, e agora?
Três horas de fila no balcão da American Airlines para conseguir novos cartões de embarque para o dia seguinte!! Eu já estava mal disposta, que sou pessoa que enjoa com facilidade e a falta de descanso e abanicos de aviões não ajudam nada à festa, mas aquela espera, desesperou-me, mal podia esperar por ver uma cama.
Era quase meia noite quando finalmente tinhamos na mão bilhetes para o dia seguinte às 17h e um novo desafio pela frente... Arranjar um hotel. Existe um hotel dentro do próprio aeroporto, mas estava completamente cheio, tal como quase todos os hotéis mais ou menos em conta, nos arredores do aeroporto.
Para ajudar à busca de hotel o aeroporto disponibiliza, no piso inferior, junto à saída onde podem apanhar os táxis ou transfers, uns ecrãns interactivos onde podem consultar uma lista de hotéis e fazer directamente de lá as chamadas a pedir reserva. Ao fim de umas 15 tentativas, e já a ter palpitações, o Holiday Inn Miami Airport não estava sold out como todos os outros! Aleluia senhores, e mandou um transfer para nos levar até à melhor cama do mundo, fofinha, king size, para finalmente descansar, por cerca de 120 dólares.
Em princípio todos os hotéis que estão listados tem um transfer regular que passa a buscar e levar as pessoas ao aeroporto sempre que necessário. Depois de confirmar a reserva em cerca de 10 minutos estava uma carrinha a apanhar-nos e 10 minutos de pois estávamos no hotel.
Foi um sufoco só, isto tudo carregadas de malas e acordadas há quase 20 horas, depois de quilómetros de filas e horas no ar, mas valeu tudo a pena, só por causa disto:

No dia seguinte de manhã acordamos cedo para conseguir aproveitar o lado bom da chatice e saltamos da cama quase directas para um táxi, destino South Beach.
A zona onde fica o aeroporto internacional ainda é um pouco distante das praias, Miami Beach e South Beach e de Miami Downtown. É possível fazer o percurso de autocarro mas leva mais de uma hora devido às paragens. Se tiverem pouco tempo a melhor opção será apanhar um táxi que por 35 dólares e entre 20 min a meia hora nos deixou numa das pontas da Ocean Drive em South Beach.

Depois de uma manhã de passeio voltamos ao hotel. Como o check-out estava já feito e era impossível voltar ao quarto para tomar um banho depois de uma manhã debaixo de 35 graus e meio sujas de areia, ainda demos um mergulho na piscina do hotel e mudamos para a roupa de aeroporto, que nos ia permitir aterrar no Inverno Chileno.
Voltamos com tempo para o aeroporto a fim de evitar mais surpresas. Já tínhamos tido um cheirinho de Miami, estava de bom tamanho, melhor regressar ao plano inicial das férias!
Voltando às coisas práticas, a companhia aérea responsabilizou-se pela emissão de um novo bilhete, aliás nem perguntaram duas vezes porque é que tínhamos perdido o avião, emitiram um cartão de embarque novo sem problema nenhum. Mas à partida não nos deram nenhuma alternativa de alojamento, transporte e refeições, alegadamente porque o problema não tinha sido deles mas sim da imigração.
Ao comprar o bilhete no site da edreams, comprei também o seguro que eles disponibilizavam da Europe Assistance, que não altura me custou quarenta e tal euros. A companhia foi alertada imediatamente e deram instruções para guardar as facturas, à chegada a Portugal entrando em contacto com eles, pediram alguns dados, que enviasse os recibos originais e poucos dias depois tinha na minha conta o dinheiro que paguei pelo hotel e pelas refeições. Foi tudo bastante simples e não implicaram com nada, nem com o facto de eu não ter nenhuma 'prova' em como a culpa de ter perdido o voo não tinha sido minha.

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